Olá, espero que te encontres bem!
Honrando o mês do Amor – o lindo mês de maio – decidi iniciar algo que já anda há muito tempo na minha “gaveta”, que é, partilhar com regularidade artigos sobre o tema AMOR. A minha intenção é partilhar todas as sextas-feiras um artigo sobre esta temática. E aqui está hoje o primeiro, vamos ver como corre isto de falar sobre o Amor, espero que gostes, te ajude e inspire!
O Amor
“O que verdadeiramente cura o ser humano é o Amor.”
Este é um dos temas sobre o qual mais gosto de me debruçar, e também sobre o qual invisto horas de estudo, de interiorização, de observação e de reflexão, tanto pela minha própria experiência de vida, assim como pelos processos que acompanho e observo na maioria das consultas que dou.
A ideia destas minhas partilhas não é falar apenas do amor íntimo e romântico, mas sim de todas as formas disponíveis para o Amor, mesmo que o seu significado e interpretação possa variar muito de pessoa para a pessoa, todos nós temos linhas convergentes sobre o significado do Amor.
Quero partilhar contigo as minhas ideais e reflexões, trazendo um tema específico a cada semana, que gire em torno do Amor. Provavelmente uns 75% das minhas partilhas irão abordar sim a questão do amor íntimo, conjugal, romântico, como lhe quisermos chamar. É uma área que abordo muito no meu trabalho enquanto astróloga e terapeuta, e também um dos maiores motivares que noto que leva as pessoas a procurarem ajuda terapêutica.
Eu própria estarei desta forma a honrar um dos meus temas de vida, uma vez que sou do signo de Balança, o signo dos relacionamentos, regida pelo planeta Vénus, o planeta do Amor. No meu mapa astral tenho ainda o Sol e a Vénus na casa 4, o que traz dinâmicas/temas de família e relacionamentos à minha vida. Este é sem dúvida um dos “temas” da minha vida, e logo o foco da nossa experiência, é o íman perfeito para atrairmos pessoas que têm os mesmos temas que nós. E assim, aqui estou eu a propor-me falar de algo que me dá imenso prazer, sobre o qual já passei inúmeros desafios, mas onde tenho feito as minhas maiores aprendizagens.
Viver o Amor em todas as formas, tem sido para mim uma grande descoberta, e o meu maior motivador na busca do sentido da vida, porque acredito mesmo mesmo que a nossa mais pura Essência é Amor, e que é o Amor que pode profundamente curar-nos a todos os níveis, a nós, às nossas relações, às famílias, às comunidades, à sociedade e à humanidade. Podem chamar-lhe sonho ou utopia, mas é aquilo em que acredito. Não quero levar ninguém a tomar as minhas crenças como verdades, quero apenas partilhar as minhas experiências e reflexões, e aquilo que me vem do coração, na esperança que nos possa ajudar a todos a refletir sobre as nossas próprias vidas, e a termos tomadas de consciência significativas para os nossos caminhos. Se tiveres interesse neste tema convido-te a que fiques atento(a) à tua caixa de correio às sextas-feiras. Se não recebes ainda a minha newsletter, no final deste artigo podes encontrar o link para o fazeres.
O Amor Afetivo
Voltando ao tema “amor romântico” partilho contigo que este tem sido um dos maiores desafios da minha vida, já atravessei duas separações bastante desafiantes para mim, e já vivi muitas e diversificadas experiências neste campo.
“Porquê? Para quê? Qual o sentido maior por detrás de tantos desafios e de tanta dor nas relações? Eu sei que há bons motivos para ter passado por estas experiencias, mas ainda não encontrei todos os significados..”
Estas têm sido alguma das minhas questões ao longo dos últimos 16 anos, há 16 anos que penso nisto, desde que passei pela 1ª experiência da desilusão amorosa. E reconheço hoje, depois de algumas desilusões, que são o melhor que nos pode acontecer, pois trazem-nos há realidade, arrasam-nos as expetativas, devolvem-nos a nós e à vida. E quanto mais expetativas e apego alimentamos, podemos ter a certeza que mais dor e sofrimento isso irá trazer, portanto, vejo a desilusão como bênção e verdade, mesmo que o seu impacto seja tremendamente doloroso.
No meio de tudo isto, a verdade é que já fui encontrando algumas respostas e muitas outras irei encontrar, um dos maiores significados é que sei que todas as experiências, as maravilhosas e as dolorosas, me fizeram crescer e amadurecer. E principalmente as dolorosas, fizeram-me descobrir dons, talentos e forças em mim que eu desconhecia, aprendi o significado da superação, e principalmente, e mais importante, aprendi nesta jornada o Amor por mim mesma. Amor próprio (meu) que nunca tinha sido estável (que eu me recordasse), uma baixa autoestima notável, um excesso de autocrítica agudo, uma autoexigência agressiva, e o meu amor próprio não era de todo um ser saudável em mim… Hoje é bem mais saudável e forte, graças a todas as experiências que me ajudaram a resgatar o amor por mim mesma e a reconhecer o amor que sou.
A dor da desilusão foi a maior bênção, com ela aprendi a Amar-me, e também a reforçar a minha crença no verdadeiro amor. A desilusão mais dolorosa de todas, foi o encarar e reconhecer das minhas próprias máscaras e sombras nos relacionamentos, foi ver os dedos apontados a mim e ver o quão me desrespeitei e agredi a mim mesma, e ao outro também. Nos piores momentos não deixei de acreditar que o amor entre duas pessoas pode sim ser autêntico e verdadeiro, e pode trazer-nos plenitude, felicidade e consciência. Um caminho que irá (ainda bem) continuar a trazer desafios, mas desafios que são fundamentais ao crescimento individual de cada um e do casal.
Acredito mesmo na possibilidade de assistirmos a casais cada vez mais plenos, mais felizes e em sintonia, pessoas que se aceitam e que se permitem reconhecer e crescer no contexto de uma relação a dois. E se as relações se curam e se regeneram, então temos um passo importantíssimo na cura das famílias e dos relacionamentos entre todos dentro de uma casa. A questão de o Amor num casal pode fazer toda a diferença no bem-estar de toda uma família, e influencia diretamente as futuras gerações. Já imaginaste filhos nascidos de pais que vivem em Amor e Harmonia? Certamente conheces alguns casos, e logo de seguida deves pensar “mas são tão raros”. Sim pode ser que ainda sejam raros, eu acredito que existirão cada vez mais, e no que me toca a mim quero contribuir da melhor forma para ver isso florescer.
Ouvimos que o verdadeiro Amor não é propriamente disto que estou a falar, ou seja, que o Amor no seu estado mais puro e incondicional, é um Amor que vibra de dentro para fora e em todas as direções. Sim é verdade, concordo, mas também sei que somos seres humanos, e que é nas relações mais próximas e mais íntimas que temos a maravilhosa oportunidade de nos olharmos ao espelho, de testarmos os nossos limites, de vivenciarmos o íntimo desejo de sermos tocados, admirados, reconhecidos e amados por alguém, e através destas dinâmicas crescemos imenso… Os relacionamentos são o palco perfeito para o nosso crescimento individual e coletivo, é uma área revestida de aprendizagens. Não estamos sozinhos no mundo e a necessidade de afeto, de carinho, de amor, de contacto, de relação com o outro, é essencial ao nosso bem-estar, afinal também somos seres emocionais, estamos dotados de diversas inteligências e essa é uma delas. Portanto, para a maioria de nós o relacionamento íntimo, é sim algo muito importante para nos cumprirmos nesta vida. Sem desmerecer nunca as escolhas de pessoas que optam por caminhos diferentes e que escolhem não viver esta parte do Amor, esperemos nós que numa escolha consciente (monges, padres, celibatários, entre outros…) Mas sabemos que a maioria da população não escolhe esse caminho, e é para esses de nós que estou hoje a falar.
Habita em muitos de nós um desejo profundo de vivermos uma relação que nos faça sentido, que de certa forma nos preencha, nos traga uma dose extra de felicidade, nos acolha, nos envolva. E muitas vezes perdemos a esperança, focamo-nos no negativo, no que não correu bem, no quão magoados ficamos… É importante dar a volta a isto, a cura pode começar nesta mudança de atitude, focarmo-nos no positivo, no melhor, no sonho, dar significado positivo ao que pareceu não ser tão bom.
Recebo em consulta, na maioria mulheres, mulheres que chegam muitas vezes descrentes no amor, vêm tristes, desiludidas, feridas, focadas no que o amor não lhes deu, no que o parceiro, ou ex-parceiro não trouxe de positivo, na dor e sofrimento que viveram e com a crença “isto vai ser sempre assim, mais vale desistir, não aguento mais, prefiro ficar sozinha(o)”, quando ouço isto, um dos meus ouvidos ouve estas palavras, mas o outro escuta algo diferente, escuta: “quero tanto voltar a acreditar no amor, quero tanto acreditar que posso encontrar alguém com quem possa construir uma relação feliz, não quero nada ficar sozinha(o).” – É isto, que com muito amor escuto e acolho, escuto o que elas querem dizer, mas ainda não são capazes, e é este o meu primeiro foco, acompanhar estas mulheres (digo mulheres porque ainda são elas na maioria que procuram este tipo de ajuda, mas também já acompanhei homens) numa jornada de cura, de construção do amor próprio e também de construção da fé no relacionamento, e do foco no encontro e construção de uma relação que se alinhe com os seus sonhos de alma.
Na verdade, todos buscamos e desejamos o mesmo – amar e ser amados plenamente, em aceitação e honra de quem somos – e o grande desafio é criar sintonia, falarmos a mesma linguagem, casarmos necessidades diferentes e termos abertura na entrega ao amor – pode não ser fácil, mas acredito que é possível contruir e consolidar este alinhamento entre duas pessoas que estão dispostas a amar-se e a crescer em conjunto.
Para reflexão…
O que é para ti o Amor?
De que forma tens vivido o Amor intimo/afetivo na tua vida?
Qual o peso da importância do relacionamento afetivo na tua vida?
Vives plenamente esta área de vida?
Se não, como seria para ti, viver um relacionamento pleno, que te preenchesse?
Acreditas na felicidade do amor afetivo?
O que podes fazer hoje para contribuir para isso na tua vida?
Permite-te refletir, sente o teu corpo enquanto ele escuta estas questões, anota-as, deixa que surjam as respostas do mais profundo de ti e liga-te a essa sabedoria que habita o teu coração.
Na próxima semana faremos mais um mergulho conjunto.
Fecho
O Amor é na minha visão a grande virtude humana, é Ele que Tudo Une, é Ele que Tudo É.
Em última e primeira instância o Amor é tudo o que existe, ele é verdadeiramente incondicional, é o grande motor da motivação humana, é por ele que buscamos sentido, é por ele que acreditamos em nós, é por ele que vivemos e confiamos na vida, é o amor que nos refugia e faz transcender, é a capacidade de amar que nos permite sobreviver à perda, à dor e ao sofrimento, o amor perdoa, cura e liberta.
É o Amor a chama que anima a nossa Alma, é o amor que em todas as suas formas possibilita grandes transformações no mundo e profundos renascimentos internos. Amor é o que Somos. Amar mais é crucial a uma vida mais saudável. É imprescindível começar por me amar a mim mesmo em plenitude, para depois ser capaz de amar os outros e transformar-me numa taça que transborda de amor para o mundo.
Amar e ser amado é algo divinamente orquestrado, a magia do Amor traz a liberdade e a completa aceitação. Sempre que fazemos algo com amor, algo de mágico e de fantástico acontece, porque o ingrediente secreto da vida é mesmo esse – levar o Amor a tudo o que fazemos. Por isso há que amar, no melhor das nossas capacidades, cada momento das nossas vidas, cada pedaço nosso, e cada Ser cujas vidas tocamos.
Quando mergulhamos e somos verdadeiro Amor, tudo se torna possível, a magia da vida acontece. É o Amor a primeira chave que abre portas, cofres internos, que mostra caminhos, que rasga fronteiras e que nos leva em jornadas inesquecíveis.
Que nos permitamos Ser mais Amor, que nos possamos abrir mais ao Amor em todas as formas, e que inspirar e expirar Amor se torne tão natural quanto a própria respiração… para lá caminhamos, acredito!
Dedico este texto a todos os que Amo; ao passado que me tornou na Mulher que hoje Sou; a um Ser muito especial que me tem mostrado uma nova, inspirada, madura e consciente face do Amor (a Ti, Sam 😉); e a todos os que estão aí, dispostos a Amar, dispostos a ser Amados, mesmo que muitas vezes tenham vivido o não-amor, mas que sabem que o Amor é a palavra final.
Em Amor me despeço,
Um grande abraço,
Cláudia Machado